Em 3 anos, morte de crianças por doenças evitáveis pela vacinação cresce 3,2 vezes no Brasil

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Foto: Ilustrativa - PMC/Divulgação

Mato Grosso do Sul aparece entre os 17 estados, além do DF, com mortes evitáveis registradas

Midia Max –

No Brasil, 48 bebês e crianças menores de cinco anos morreram em 2024 vítimas de doenças evitáveis pela vacinação, conforme dados do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde.

No ano passado o país classificou 48 óbitos nessa categoria, o que representa um crescimento consecutivo desde 2021, quando foram registradas 15 mortes nessa mesma faixa etária.

O aumento de 220% coincide com um período de queda das coberturas vacinais no país. A alta registrada em 2024 fica ainda maior quando comparada apenas ao número de bebês menores de um ano que morreram, um estrato em que houve um salto de 277% em dois anos.

“Essas coberturas de vacinas só agora, em 2023 e 2024, começaram a melhorar. Além disso, tivemos períodos de falta da vacina, como a BCG [que protege contra formas graves da tuberculose]. E ainda convivemos com a desinformação, que impacta não só as vacinas de rotina, como as campanhas de imunização”, detalhou Juarez Cunha, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e integrante do Departamento Científico de Imunizações da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), ao UOL.

Em 2020 e em 2021, por causa do uso de máscaras e isolamento social devido à pandemia de covid-19, todas as doenças de transmissão respiratória registraram queda de casos e mortes.

“Tudo que a gente está vendo agora só reforça a necessidade de realizar as imunizações, ter taxas elevadas não só nas crianças como nas gestantes”, completa Juarez.

Regiões que lideram número de casos

Sul e Sudeste lideram as mortes de menores de cinco anos sem vacinação, com 12 e 16 casos no passado, respectivamente. Mato Grosso do Sul aparece entre os estados com mortes evitáveis registradas.

Ao todo, 17 estados e o Distrito Federal registraram mortes evitáveis por imunização em 2024, conforme o ranking abaixo.

  • São Paulo – 7 mortes
  • Amazonas – 5
  • Rio de Janeiro – 5
  • Paraná – 5
  • Santa Catarina – 5
  • Minas Gerais – 4
  • Pará – 3
  • Maranhão – 2
  • Pernambuco – 2
  • Rio Grande do Sul – 2
  • Roraima – 1
  • Piauí – 1
  • Ceará – 1
  • Distrito Federal – 1
  • Sergipe – 1
  • Bahia – 1
  • Mato Grosso do Sul – 1
  • Mato Grosso – 1.
  • Coqueluche lidera
  • A principal responsável por essas mortes infantis foi a coqueluche, uma doença que não matava crianças no Brasil desde 2021. Ela é uma infecção respiratória, causada pela bactéria Bordetella pertussis, mas que pode ser prevenida com a vacinação.
  • Os bebês devem receber três doses da vacina pentavalente, aos 2, 4 e 6 meses de idade; enquanto as grávidas devem ser imunizadas com a DTPa em todas as gestações, para proteger os recém-nascidos.
  • Esse dado é muito preocupante porque é uma situação que vem da baixa cobertura vacinal”, diz Juarez Cunha.
  • Só em 2024, o número de casos aumentou mais de 1.200% no Brasil: foram pelo menos 2.152 registros da doença entre crianças menores de 5 anos de idade, segundo o Observatório de Saúde na Infância. Esse é o grupo etário mais vulnerável a complicações, e a quantidade de registros supera a soma dos 5 anos anteriores.
  • Para Juarez Cunha, os dados classificados como evitáveis por vacinação no SIM são subestimados, já que eles não contam doenças com vacina, como covid e influenza. “Essas duas deveriam também ser consideradas porque são imunopreveníveis”, diz.
  • Influenza

  • Em relação à influenza 116 crianças de 0 a 4 anos morreram em 2024, mas elas não são óbitos classificados como evitáveis por vacinação, segundo o UOL. Já a covid-19 entra em uma conta de demais infecções, tornando impossível saber o número exato pelo SIM.
  • Juarez cita que os números em alta são reflexo direto das quedas de coberturas vacinais, que reduziram de forma alarmante entre os anos de 2019 e 2021, e depois melhoraram a partir de 2022. “Mas ainda temos muitas delas em baixa. A vacinação contra influenza só atingiu 50% do público-alvo de gestantes”, diz.

Com informações da UOL

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