“Se você pôr a colher, você salva uma vida”, disse o prefeito sobre ditado de que “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”; índice de feminicídio em Japorã é alto
A entrevista completa do prefeito Malaquias foi veiculada no programa A Cara do Brasil, deste sábado, a partir da 1h18m40s (clique aqui)
Jandaia Caetano/Tv Sobrinho –
Japorã teve nesta sexta-feira (24) à tarde a inauguração da Sala Lilás na Delegacia de Polícia Civil no município. Desta forma, os dez municípios da região (clique aqui e veja) cobertos pela Tv Sobrinho contam com o benefício, que incentiva as mulheres a fazerem a denúncia de violência doméstica.
O prefeito Vitor Malaquias (PSDB) aproveitou e anunciou que no início do próximo ano a delegacia própria de Japorã deverá ter o início da sua construção, na entrada da cidade. O terreno foi doado pelo município e a construção, de mais de R$ 1 milhão de investimento, será do governo estadual. O prédio atual é alugado pela prefeitura e cedido a Polícia Civil.

Malaquias aproveitou a presença do secretário-executivo de Segurança Pública do estado, Wagner Silva, e pediu que leve ao secretário estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antônio Videira, o pedido de um delegado para o município. Hoje, Alex Junior responde por Mundo Novo e Japorã.
O delegado citou que já foram 40 casos de violência doméstica em Japorã neste ano, com a maioria dos casos vindo da Aldeia Porto Lindo. Ele elogiou a parceria com a ‘polícia comunitária’ dos indígenas, que muitas vezes realiza o serviço inicial de identificação e até captura do acusado. O cacique Onésio Dias e o vice Bento Hara estavam presentes no evento. O índice no município neste ano é menor que o do ano passado (média de 6 casos por mês para quatro/mês neste ano). O índice de feminicídio é alto, um em 2020, um em 22 e um no ano passado. O vizinho Mundo Novo (20.087 x 8.204 habitantes) teve um nos últimos anos, em 2018.
Policial aponta canais de denúncia e delegado regional dá recado a policiais

O delegado regional de Naviraí, Edson Luis Rubeda, chamou a Salas Lilás de “colo de mãe”, citando que “quando a gente está com problema na vida, se recorre a mãe para conversar”. Ele também chamou atenção dos policiais para que não julgue a vítima com a fala de que logo estará de volta com o agressor, mas que “atenda estas vítimas com todo respeito”.
Coronel Wagner Silva, da Sejusp, relativizou o apontamento do estado como um dos que mais tem casos de violência contra as mulheres e fez o contraponto de que as políticas públicas do governo estadual estão sendo modelo para outros estados no enfrentamento à violência contra a mulher e resultando em mais denúncias de violência doméstica no Mato Grosso do Sul.
“Tem que ser olhada também pelo lado positivo. As mulheres estão tendo apoio e a coragem para fazer as denúncias, o que antes não acontecia”, pontuou o coronel Wagner.
A investigadora Silvana Bento ficará responsável pela Sala Lilás no município e está buscando junto ao delegado regional uma escrivã para atendimento no local. Ela apontou que o atendimento pelo 180 ou 190 (o tenente Benedito, comandante da PM em Japorã acompanhou a inauguração) é essencial para mulheres da cidade e da área rural (assentamentos, distrito e aldeia). A delegada Christiane Grossi, responsável pela implantação das Sala Lilás no estado, esteve no evento, assim como o delegado de Eldorado. Robilson Junior.
Presentes o presidente da Câmara, Gabriel Klasmann (PSDB), e vereador Luinho Bezerra (PSDB), Dorival Valelasquez (PSB), Jaclison Lopes (PSDB), Adriana Martins (PP) e Léo Oliveira (PL), o superintendente-geral do município Paulo Franjotti e os secretários municipais Renner Ramos (Obras), Jezuel Rodrigues (Assistência Social), Ivone Góes (Saúde), Nivaldo Lima (Governo) e Veridiana Barbosa (Educação), além de vários servidores, diretores e coordenadores municipais. O ex-prefeito Luiz Bezerra também se fez presente.
Confira as fotos:
Confira a entrevista com os vereadores da Câmara Municipal de Japorã:
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